terça-feira, 15 de julho de 2008

As Alterações Climáticas

Que todos nós estamos preocupados com o aquecimento global, e as implicações que este factor poderá ter no planeta e por consequência na nossa vida, ninguém tem dúvida. No entanto, as razões porque se estão a verificar essas mudanças climáticas, é que não são de modo nenhum, consensuais.

Existem os que defendem que a culpa é do homem, outros que é o normal funcionamento do sistema cósmico. Pessoalmente, penso que a razão não está apenas em um dos lados.

Ao pensar que, a Terra terá cerca de quatro mil e seiscentos milhões de anos, que é um organismo vivo, e como tal sujeito a mudanças e transformações, em toda a sua plenitude, duvido que uns seres tão insignificantes, como nós, perante tamanha grandeza, possam modificar, significativamente, seja o que for. O planeta, esse, na altura própria, irá accionar as suas defesas, e procederá aos equilíbrios que entender necessários, como o têm feito ao longo destes muitos milhões de anos.

É evidente que o homem com as suas grandiosas obras de engenharia, foi conquistando(?), espaços naturais, como rios e mares, para construir cidades, aeroportos, etc., tem mudado o curso dos rios, enfim tem feito uma série de disparates, pois estas conquistas serão sempre efémeras, a natureza se encarregará de retomar aquilo que lhe foi retirado, veja-se o que aconteceu há poucos anos na Venezuela, em que um rio voltou ao seu curso natural e destruiu uma cidade inteira, o mesmo aconteceu nos Estados Unidos recentemente. Sempre assim foi e continuará a ser.

Durante os 4600 milhões de anos de existência da Terra, ocorreram diversos episódios climáticos de arrefecimento e aquecimento. Desde a década de 1960 foi possível identificar vários avanços glaciários apenas nos últimos 2 milhões de anos. O último máximo glaciário (apenas há 21000 anos) foi um dos mais intensos, tendo coberto de gelo as regiões montanhosas e vastas áreas da América do Norte e do norte da Europa. Mesmo em áreas muito áridas, como o Planalto Tibetano, havia, quanto muito, uma cobertura irregular de gelo.

Estudos recentes na leitura e na datação de registos obtidos nos oceanos, nas camadas de gelo das regiões polares e em formações de partículas finas e de paleossolos na China Central, demonstram que os principais eventos climáticos afectaram a Terra no seu todo. A explicação mais viável para esta ocorrência centra-se nas variações da órbita terrestre em torno do Sol.

Há registos da ocorrência de temperaturas mais elevadas no Hemisfério Norte durante o final do século XI e no século XII, bem como durante o século XIV. Por sua vez, as temperaturas médias baixaram entre os séculos XIV e XIX. Estes factos são sustentados por dados históricos e são conhecidos como o Período Quente Medieval e a Pequena Idade do Gelo, respectivamente. Os registos históricos demonstram que essas anomalias de temperatura tiveram consequências expressivas nas sociedades. Nos períodos mais quentes, o cultivo do trigo ocorria mais a norte enquanto a produção de vinho acontecia o mais cedo possível. Na Pequena Idade do Gelo, os níveis de doença e a decadência agrícola em áreas marginais foram significativas. Em muitos casos, as diferenças de temperatura não excediam 0,2oC a 1oC das verificadas no início do século XX. Estas pequenas variações na temperatura média e as suas consequências deveriam ser uma evidência para aqueles que acreditam que os 1oC a 5oC de variação prevista para os próximos 50 a 100 anos não trarão alterações significativas. A segunda metade do século XX foi um período particularmente quente.

O que causou essas alterações? Algumas teorias defendem que a variação da energia solar está na base de algumas das tendências a longo prazo, mas o aquecimento recente não tem precedentes. Muitas dessas fontes têm demonstrado que o clima caminha numa direcção nunca vista nos últimos 10000 anos e provavelmente há muito mais tempo. Alterações na energia emitida pelo Sol, na quantidade de cinzas e gases vulcânicos na atmosfera, assim como alterações nas correntes oceânicas têm vindo a ser invocadas para explicar algumas das tendências verificadas nos últimos 10000 anos.

Muitas das grandes civilizações desapareceram devido a uma variedade de razões, incluindo o clima. A seca pode ter sido a responsável pelo colapso da cultura Harappa no noroeste da Índia, da civilização Maia na América Central e dos Hohokam no Arizona.

Noutras partes do mundo, os problemas surgiram devido ao excesso de água. O leito máximo do rio Yangtzé, por exemplo, ocorre quando o escoamento proveniente do planalto tibetano coincide com as chuvas associadas às monções de Verão. De vez em quando (com a periodicidade de alguns poucos anos), ocorrem graves inundações que causam perdas de vidas e afectam as colheitas e as propriedades (ainda que com estas mesmas inundações se depositem sedimentos ricos em nutrientes).

É evidente que o clima no futuro terá consequências na agricultura e segurança alimentar, na qualidade e abastecimento de água, na frequência das tempestades e ciclones, na estabilidade das zonas litorais, na biodiversidade e nos recursos biológicos.

È certo, que o homem poderá ter alguma influência no ambiente, sobretudo a nível local ou regional, mas daí a mudar o ritmo natural do planeta vai uma distância muito grande.

Eu diria que, o homem está a dar cabo de si próprio mas por outras acções, essas sim muito graves, nomeadamente as alterações genéticas dos alimentos e a proliferação de químicos para aumento da sua produção, e estas provocam, não alterações no planeta mas no ser humano. E o paradoxo é que os alimentos naturais disponíveis são suficientes para alimentar todo o planeta e no entanto meio mundo passa fome e morre, em resultado disso, e a outra parte morre, porque come de mais. Imaginem se o homem tivesse poderes para alterar a ordem natural do planeta, seria uma catástrofe. Ainda bem, que somos nós a termos de nos adaptar ao ambiente, e nunca ao contrário, pois alguns se pudessem ficavam com o Sol só para eles.

É evidente que todas estas polémicas e controvérsias, aproveitam sempre a alguém, cientistas, governos, multinacionais, sobretudo ao grande capital, pois isto movimenta biliões de dólares, e como tal têm de ser alimentadas.

Termino este artigo de opinião citando um velho provérbio chinês “O mundo será diferente do actual… e nós viveremos de outra maneira... foi sempre assim e SEMPRE o será”.

Grupo TT05/08 - Delcio Vieira

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