quarta-feira, 26 de novembro de 2008

A problemática das alterações climáticas

O clima está a ser alterado essencialmente devido à emissão de gases que geram o efeito estufa, provocados em grande parte pela utilização excessiva e desmedida dos combustíveis fósseis, nomeadamente o carvão, o gás natural, petróleo e seus derivados. Estes são responsáveis por ¾ das emissões de dióxido de carbono para a atmosfera. Estas emissões têm diversas origens, as quais incluem actividades industriais, agrícolas, transportes, centrais energéticas, etc. As alterações climáticas afectam hoje o quotidiano de biliões de pessoas, através dos fenómenos climáticos extremos.
Para evitar o agravamento da situação actual, seria imprescindível parar de lançar para a atmosfera dióxido de carbono, metano e óxido nitroso. Estes gases formam uma espécie de cobertor em torno do planeta, impedindo que a radiação solar, reflectida pela superfície em forma de calor, retorne ao espaço. É o chamado efeito de estufa, ao qual cabe a responsabilidade pelo aumento da temperatura global.
O oceano, as florestas e o solo são importantes reservatórios que trocam activamente carbono com a atmosfera, representando os chamados “sumidouros” de carbono, na medida em que permitem a sua retenção. Apenas as florestas e o solo têm capacidade de trocar o carbono activamente com a atmosfera. Entretanto, a destruição das florestas naturais e a libertação de grandes quantidades de desse gás têm levado a que a sua fixação não seja suficiente para compensar o que é libertado, tendo-se vindo a intensificar a sua presença na atmosfera.
Mostra-se relevante apostar numa política de planeamento ambiental marcada pela prioridade conferida ao sector florestal e agrícola, incentivando-se políticas de florestação e reflorestação, conversão de áreas sem finalidades agrícolas relevantes e áreas abandonadas em zonas florestais.
Face à problemática das AC e ao consciencializar da sua relevância no contexto actual, no âmbito do ordenamento do território e do planeamento ambiental deverá apostar-se em: aumentar a eficiência energética; utilizar de forma sustentável os recursos naturais; reduzir a dependência de combustíveis fósseis pelo uso de energias renováveis; incentivar a preservação de áreas verdes e reflorestação de áreas degradadas; consciencializar os cidadãos; apostar na educação ambiental e investir na reestruturação do sistema de transportes.


Cristina Silva Ramos
Grupo TT09
Data: 2008/11/26

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Fernando Pessoa "Liberdade"

LIBERDADE

Ai que prazer
não cumprir um dever.
Ter um livro para ler
e não o fazer!
Ler é maçada,
estudar é nada.
O sol doira sem literatura.
O rio corre bem ou mal,
sem edição original.
E a brisa, essa, de tão naturalmente matinal
como tem tempo, não tem pressa...

Livros são papéis pintados com tinta.
Estudar é uma coisa em que está indistinta
A distinção entre nada e coisa nenhuma.

Quanto melhor é quando há bruma.
Esperar por D. Sebastião,
Quer venha ou não!

Grande é a poesia, a bondade e as danças...
Mas o melhor do mundo são as crianças,
Flores, música, o luar, e o sol que peca
Só quando, em vez de criar, seca.

E mais do que isto
É Jesus Cristo,
Que não sabia nada de finanças,
Nem consta que tivesse biblioteca...

Ana Leitão TT04/08

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Construção Urbanística e o impacto Ambiental

A construção de edifícios é uma das actividades humanas com maior impacto sobre o ambiente. Para se construir um edifício são produzidas inúmeras quantidades de substâncias nocivas para a camada do ozono, para além de serem consumidas enormes quantidades de energia.

Segundo estudos do IST – Instituto Superior Técnico de Lisboa, são necessários 1300 quilowatts de energia por hora para produzir 1 metro cúbico de betão armado. A energia que se gasta por ano para a produção de betão é superior à consumida na totalidade dos lares Portugueses.

Mas não é só na construção que são gastos enormes recursos ambientais, as demolições são outra face do problema, talvez até com consequências mais graves. Como todos sabemos, infelizmente a reciclagem de betão é muito pouco viável, uma vez que o consumo de energia gasta para triturar o betão e para o seu posterior transporte acaba por ser muito elevado, para alem do seu uso ser muito restrito, sendo apenas usado na construção de estradas.

Li algures e por experiencia profissional sou forçado a concordar que existem 40% de casas desabitadas em Portugal, sendo que o nosso País é a par da Espanha o país da União onde se regista a maior percentagem de casas vazias. Este excesso de construção é uma ameaça gravíssima à nossa sustentabilidade económica e leva à degradação do nosso riquíssimo património histórico e natural.

Entendo que é urgente promover um debate sério e de dimensão nacional que obrigue o estado a travar legislativamente a concessão de licenças de construção, promovendo de vez a reabilitação das construções mais antigas, evitando-se assim as demolições e recuperando o nosso património ajustando o mercado de arrendamento de forma a que se promova a ocupação dos edifícios mais recentes que estão desabitados, e sobretudo comprometendo os proprietários, arrendatários e autarquias na obrigação de zelarem pela manutenção e reabilitação destas casas.


FRANCISCO DIAS TT05/08
DATA: 06/11/08

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Será justo??

Gostaria apenas de fazer uma pequena reflexão em jeito de opinião pessoal, acerca de achar necessário e prioritário que o nosso estado passe a comparticipar a 100% os medicamentos e toda a panóplia de utensílios que acarreta o ser portador de uma doença crónica, no caso da minha mãe esta paga pouco menos de 50% dos medicamentos que toma e para ter direito à máquina que mede a glicemia tem de apresentar 4 receitas ou 1 receita de 4 caixas de tiras de teste para glicemia ou de lancetas esterilizadas (agulhas).
Se a saúde é paga directamente pelas verbas obtidas com os impostos porque não beneficiar quem contribui para essas mesmas verbas? A saúde é realmente um óptimo negócio só é pena que não seja igualmente lucrativo para os utentes que esperam e desesperam em longas filas de espera por uma consulta, uma intervenção cirúrgica, internamento, medicação, enfim, pelo bem-estar a que todos deveríamos ter acesso rápida e gratuitamente por direito.
Revolta-me que o estado diferencie certas doenças em detrimento de outras, falo especificamente da toxicodependência que é mais um caso de dependência física e/ou psicológica originado pelo consumo repetido de substancias psicoativas de forma descontrolada, do que uma doença crónica, sendo este um comportamento de risco que na maioria das vezes é escolhido pelo individuo e precedido de consequências muito graves para o mesmo e também para os que o rodeiam. Não quero com isto dizer que quem é apanhado nos meandros da toxicodependência seja posto de lado, isso não, são seres humanos iguais aos outros que merecem ser ajudados como todos nós e a quem deve ser dada a oportunidade de se tratar e reinserir na nossa sociedade, mas não é isto que ponho em causa de forma alguma. O que tento perceber é porque é que os diabéticos têm de pagar por exemplo pelas seringas (ou parte delas) enquanto aos toxicodependentes basta para isso dirigirem-se a qualquer farmácia trocando a seringa usada por uma nova, já sei, vão dizer-me que é para evitar a troca das mesmas e futuros contágios de doenças, tudo bem, também concordo. Mas será justo? Um toxicodependente tem, não só, direito a seringas gratuitas mas também a outros serviços de saúde como consultas de psiquiatria ou psicologia e até tratamentos com metadona gratuitos ou altamente comparticipados. Inclusive subsídios dados pelo estado (entenda-se dinheiro dos contribuintes) para se tratarem. E é isto que não percebo. Se estes indivíduos que contribuíram objectivamente para a sua doença são tão beneficiados, porque não beneficiar de igual forma cidadãos com doenças crónicas para as quais não contribuíram e que lhes leva a maior parte das vezes uma grande fatia do seu património (quando não toda) para as combaterem e terem uma vida minimamente condigna? Porque os penaliza tanto o nosso estado?
É PRIORITÁRIO E URGENTE que o Estado identifique as necessidades e adeqúe as respostas no sector da saúde.
A ver vamos, resta-nos aguardar, é que neste país que se está tornar Portugal, esperar, é mesmo o melhor remédio.


Susana Banza TT04/08