quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Violência Domestica



“Nos dias de hoje falo deste assunto já com alguma tranquilidade, mas depois fico com alguma angústia, durante anos, minha mãe sofreu violência doméstica.
Durante anos assisti, ao meu pai a agredir a minha mãe, tanto verbalmente como fisicamente.
A última vez que ele a agrediu já eu tinha dezasseis anos, eu penso, pois esta situação prolongou-se durante tantos anos que até perdi a conta, ele é emigrante, e só estava connosco no mês de Agosto e Dezembro, a altura em que ele gozava férias.
A meu ver os pais são as pessoas mais importantes na vida dos filhos, são eles que devem tentar fornecer informações adequadas à satisfação das suas curiosidades, funcionando como a sua primeira escola, tentando assim dar bons exemplos.
A minha mãe conseguiu-nos transmitir muitos valores, porque foi mãe e pai ao mesmo tempo.
Não existem formas mágicas para educar uma criança, mas se a família estiver atenta e presente, os pais, ou seus substitutos, perceberem que lhes cabe naturalmente uma grande dose de paciência, compreensão, responsabilidade e lucidez.
Muitas foram e serão as crianças vítimas de ambientes familiares carregados de grande violência, e que nunca foram adultos violentos (como eu), sabe-se ou pelo menos é os estudos que indicam, nesse sentido, onde os adultos violentos, esses sim, foram quase sempre durante a infância crianças maltratadas.
Para que o desenvolvimento da sua personalidade se faça da melhor forma possível, a criança necessita de um ambiente estável e de pais compreensivos que lhes estabeleçam regras claras e limites firmes, ao mesmo tempo que lhe proporcionam oportunidades de crescimento.
A verdade é que o papel dos pais é a trave mestra da vida dos filhos, mas não existem pais perfeitos, nem os filhos precisam de pais perfeitos para nada, precisam sim, de pais atentos, disponíveis e afectuosos, que nas alturas certas estejam ao seu lado, para lhes corrigirem as suas atitudes, para os incentivem e apoiarem a seguir em frente, dando-lhes ânimo e coragem para alcançarem os objectivos.
As crianças têm de ser preparadas para as dificuldades e para todas as contrariedades que possa aparecer, só assim conseguem vencer as frustrações que as impedem de atingir determinada meta.
Para ajudar uma criança a crescer de forma equilibrada, durante o processo educativo tem de se ter em conta que existem muitos comportamentos que devem ser corrigidos e aperfeiçoados, como todos sabemos, os adultos já foram crianças e passaram por isso, no entanto as crianças nunca foram adultos.
As crianças ainda têm uma caminhada pela frente, por isso, os pais ao fazerem as críticas ou comentários sobre os seus comportamentos inadequados, devem-no fazer de modo a não magoar a imagem da criança e sempre de modo construtivo, devemos dizer: “filho não sabes que isso não se faz”, em vez de dizermos, “filho és um idiota, não sabes que isso não se faz”, mas encontram-se outros pais apreensivos pelo facto dos filhos não os respeitarem, nem seguir os seus conselhos e não fazendo o que lhes pedem, isto acontece porque os filhos foram absorvendo os modelos e comportamentos do meio familiar, mais cedo ou mais tarde acabam por vir a ser reproduzidos.
Há pais que se culpabilizam desnecessariamente, ao sentirem-se responsáveis por tudo o que não corre bem na visa dos filhos, outros, pelo contrario, estão convencidos de que nada do que sucede na vida dos filhos é reflexo da sua atitude, para esses pais a culpa é sempre projectada em terceiros, nomeadamente na escola, nos amigos, na televisão, etc.
Nos dias de hoje muitos pais estão a falhar na educação dos seus filhos, está à vista de um cego.

Isabel Francisco T.T.05/08

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