quinta-feira, 21 de agosto de 2008

ADN

ADN


A descoberta dos genes e do ADN, há menos de um século atrás, foi um dos mais importantes avanços científicos de todos os tempos. Para além de revelar a forma como os seres vivos funcionam, a Ciência Genética abriu caminho para novas abordagens aos problemas humanos, desde alimentar as vítimas da fome no mundo até à cura do cancro. Deu-nos até o poder de conhecer bebés, de criar novos tipos de animais e fazer clones de nós próprios.

O ADN, que é um acrónimo de Ácido Desoxirribonucleico, é uma molécula biológica universal presente em todas as células vivas. Assim todas as células do nosso corpo contêm o mesmo ADN. O diâmetro médio do núcleo de uma dessas células é de 0.005mm (5000 vezes mais pequeno que a cabeça de um alfinete) e cada dessas células tem cerca de 2 metros de ADN!!! Este ADN todo só cabe no núcleo porque está muito enrolado e compactado, nos cromossomas. O ADN de cada um de nós chegaria ao Sol e regressaria à Terra 500 vezes. É no ADN que está contida toda a nossa informação genética, sob a forma de genes, isto é, a forma como cada um de nós é, resulta da interacção dos nossos genes com o ambiente que nos rodeia, desde o momento em que somos concebidos até à nossa morte, sendo estes responsáveis pela transmissão das nossas características hereditárias.

O ADN é constituído por quatro tipos de “tijolos” básicos (nucleótidos), unidade básica do ADN (que por sua vez é constituído por uma pentose, um grupo fosfato e uma base azotada), que se associam de uma forma específica, formando uma cadeia dupla: adenina (A) com timina (T) e guanina (G) com citosina (C). Os nucleótidos são designados deste modo devido às bases azotadas que entram nas suas constituições. É possível ler a cadeia de ADN, obtendo-se uma sequência de letras, como por exemplo, ATGATTCTGTAGCCTGATCCC, a uma sequência completa de ADN dá-se o nome de genoma.

O ADN tem a forma de uma escada de corda enrolada, ou seja, de uma hélice dupla em que os degraus são formados por pares de bases azotadas ligadas entre si, através de ligações de hidrogénio, com fundamento na complementaridade de bases. A estrutura, do ADN, foi proposta há mais ou menos 53 anos por James Watson e Francis Crick. A descoberta da estrutura do ADN abriu o caminho para se compreender como é que a informação genética é transmitida de pais para filhos, ou de uma célula para outra, isto é, como funciona a hereditariedade. Hoje em dia, esta descoberta tem uma importante em muitas das áreas da vida moderna, assim como na medicina, na reprodução, na alimentação, na longevidade e no ambiente. No caso da saúde e da medicina, existem milhares de doenças hereditárias diferentes, em que cada uma delas resulta de um defeito num dos genes, muitos dos quais agora conhecemos. Assim, esses defeitos conseguem ser detectados antes da nascença, existe ainda a esperança de os poder corrigir dentro de algum tempo, utilizando a terapia génica. Os testes genéticos permitem diagnosticar as doenças genéticas a que um indivíduo possa estar mais sujeito e preveni-las a tempo. A amniocentese é um exemplo de um teste genético pré-natal que é muito usado hoje em dia para detectar se um bebé irá sofrer a síndroma de Down, mais conhecido como mongolismo, este sindroma resulta da duplicação do cromossoma 21. Outro exemplo de influência na genética é a reprodução, onde as técnicas de fertilização in vitro (FIV) permitem que hoje muitos casais inférteis possam ter filhos. Aliado à FIV está o diagnóstico genético preimplantatório, que permite detectar, nos embriões, erros no ADN que causam muitas doenças, reduzindo-se assim a probabilidade de a criança nascer com uma dessas doenças genéticas. Este diagnóstico não pode, contudo, ser usado para excluir embriões com características estéticas e sociais não desejadas, como por exemplo, cor dos olhos, sexo ou inteligência. No entanto é ainda através do ADN, que se podem criar os «bilhetes de Identidade genéticos», ou seja, a partir dos genes de ADN que se encontram no núcleo das nossas células é possível reconhecer a nossa identidade de uma maneira que ninguém o possa negar, pois o nosso ADN é único, ajudando ainda verificar a veracidade dos nossos pais, com o teste de paternidade. Outro assunto em que a genética influência é na alimentação pois através da engenharia genética é agora possível produzir alimentos mais baratos, mais energéticos e s muito mais resistentes a pragas e à seca, sem causar poluição no ambiente nem gastar muita água. Igual interferência genética dá-se na longevidade celular, onde resta ainda continuar os estudos de forma a descobrir como se impede o envelhecimento das células e como se reparam os estragos naturais das células velhas, estudos elaborados na mosca da fruta e numa espécie de lombrigas já identificaram certos genes responsáveis pelo prolongamento da longevidade das células. No ambiente o ADN é uma importante ferramenta para se conseguir salvar espécies de animais e de plantas em perigo de extinção e mesmo para se trazerem de volta algumas que tenham desaparecido recentemente. O ADN traz a possibilidade de se criarem novas bactérias geneticamente modificadas que sejam capazes de limpar o ambiente de toxinas nocivas, pois decompõem resíduos orgânicos (nocivos para o ambiente) e transformam-nos em água e dióxido de carbono.

Contudo, posso dizer que foi uma grande descoberta de certeza que ao longo dos anos muitas mais experiências serão elaboradas, e com bons resultados, para ajudar o avanço da ciência, ajudando que a nossa qualidade de vida possa evoluir muito mais..... e para melhor, espero!!!



Isabel Francisco T.T.05/08
21/08/08

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