terça-feira, 4 de novembro de 2008

Será justo??

Gostaria apenas de fazer uma pequena reflexão em jeito de opinião pessoal, acerca de achar necessário e prioritário que o nosso estado passe a comparticipar a 100% os medicamentos e toda a panóplia de utensílios que acarreta o ser portador de uma doença crónica, no caso da minha mãe esta paga pouco menos de 50% dos medicamentos que toma e para ter direito à máquina que mede a glicemia tem de apresentar 4 receitas ou 1 receita de 4 caixas de tiras de teste para glicemia ou de lancetas esterilizadas (agulhas).
Se a saúde é paga directamente pelas verbas obtidas com os impostos porque não beneficiar quem contribui para essas mesmas verbas? A saúde é realmente um óptimo negócio só é pena que não seja igualmente lucrativo para os utentes que esperam e desesperam em longas filas de espera por uma consulta, uma intervenção cirúrgica, internamento, medicação, enfim, pelo bem-estar a que todos deveríamos ter acesso rápida e gratuitamente por direito.
Revolta-me que o estado diferencie certas doenças em detrimento de outras, falo especificamente da toxicodependência que é mais um caso de dependência física e/ou psicológica originado pelo consumo repetido de substancias psicoativas de forma descontrolada, do que uma doença crónica, sendo este um comportamento de risco que na maioria das vezes é escolhido pelo individuo e precedido de consequências muito graves para o mesmo e também para os que o rodeiam. Não quero com isto dizer que quem é apanhado nos meandros da toxicodependência seja posto de lado, isso não, são seres humanos iguais aos outros que merecem ser ajudados como todos nós e a quem deve ser dada a oportunidade de se tratar e reinserir na nossa sociedade, mas não é isto que ponho em causa de forma alguma. O que tento perceber é porque é que os diabéticos têm de pagar por exemplo pelas seringas (ou parte delas) enquanto aos toxicodependentes basta para isso dirigirem-se a qualquer farmácia trocando a seringa usada por uma nova, já sei, vão dizer-me que é para evitar a troca das mesmas e futuros contágios de doenças, tudo bem, também concordo. Mas será justo? Um toxicodependente tem, não só, direito a seringas gratuitas mas também a outros serviços de saúde como consultas de psiquiatria ou psicologia e até tratamentos com metadona gratuitos ou altamente comparticipados. Inclusive subsídios dados pelo estado (entenda-se dinheiro dos contribuintes) para se tratarem. E é isto que não percebo. Se estes indivíduos que contribuíram objectivamente para a sua doença são tão beneficiados, porque não beneficiar de igual forma cidadãos com doenças crónicas para as quais não contribuíram e que lhes leva a maior parte das vezes uma grande fatia do seu património (quando não toda) para as combaterem e terem uma vida minimamente condigna? Porque os penaliza tanto o nosso estado?
É PRIORITÁRIO E URGENTE que o Estado identifique as necessidades e adeqúe as respostas no sector da saúde.
A ver vamos, resta-nos aguardar, é que neste país que se está tornar Portugal, esperar, é mesmo o melhor remédio.


Susana Banza TT04/08

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