A construção de edifícios é uma das actividades humanas com maior impacto sobre o ambiente. Para se construir um edifício são produzidas inúmeras quantidades de substâncias nocivas para a camada do ozono, para além de serem consumidas enormes quantidades de energia.
Segundo estudos do IST – Instituto Superior Técnico de Lisboa, são necessários 1300 quilowatts de energia por hora para produzir 1 metro cúbico de betão armado. A energia que se gasta por ano para a produção de betão é superior à consumida na totalidade dos lares Portugueses.
Mas não é só na construção que são gastos enormes recursos ambientais, as demolições são outra face do problema, talvez até com consequências mais graves. Como todos sabemos, infelizmente a reciclagem de betão é muito pouco viável, uma vez que o consumo de energia gasta para triturar o betão e para o seu posterior transporte acaba por ser muito elevado, para alem do seu uso ser muito restrito, sendo apenas usado na construção de estradas.
Li algures e por experiencia profissional sou forçado a concordar que existem 40% de casas desabitadas em Portugal, sendo que o nosso País é a par da Espanha o país da União onde se regista a maior percentagem de casas vazias. Este excesso de construção é uma ameaça gravíssima à nossa sustentabilidade económica e leva à degradação do nosso riquíssimo património histórico e natural.
Entendo que é urgente promover um debate sério e de dimensão nacional que obrigue o estado a travar legislativamente a concessão de licenças de construção, promovendo de vez a reabilitação das construções mais antigas, evitando-se assim as demolições e recuperando o nosso património ajustando o mercado de arrendamento de forma a que se promova a ocupação dos edifícios mais recentes que estão desabitados, e sobretudo comprometendo os proprietários, arrendatários e autarquias na obrigação de zelarem pela manutenção e reabilitação destas casas.
FRANCISCO DIAS TT05/08
DATA: 06/11/08
quinta-feira, 6 de novembro de 2008
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