segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Uma Reflexão sobre a Aprendizagem

Ao longo dos últimos tempos tenho andado a construir o meu portefólio no âmbito do Programa Novas Oportunidades. Este trabalho tem-me possibilitado, acima de tudo, efectuar uma reflexão crítica sobre a minha experiência de vida e sobre o meu processo formativo.
Num mundo em constante mutação, somos cada vez mais confrontados com a necessidade de nos aperfeiçoarmos no trabalho e de adquirirmos cada vez mais competências sociais. Neste sentido, esta reflexão sobre aquilo que foi o meu percurso pessoal e profissional está neste momento a ajudar-me a pensar não só no presente, mas também no que poderão ser as minhas escolhas neste domínio para o futuro.
Confesso que no inicio não compreendi muito bem a importância da construção da minha narrativa de vida, mas, neste momento aquilo que destaco como principal aprendizagem a retirar nesta experiência é a capacidade de reflexão que esta me proporciona e até, em última instância, a possibilidade de “reflexão sobre a própria reflexão”.
Há pouco tempo travei conhecimento com a obra do pedagogo brasileiro Paulo Freire, através de uma amiga que me emprestou alguns livros e fiquei simplesmente fascinado com as suas reflexões tão universais e humanistas acerca da educação. Ao referir-se a este percurso sinuoso rumo ao conhecimento, o autor afirma: “Ninguém sabe tudo, assim como ninguém ignora tudo. O saber começa com a consciência do saber pouco (enquanto alguém actua). É sabendo que se sabe pouco que uma pessoa se prepara para saber mais (...) O homem, como um ser histórico, inserido num permanente movimento de procura, faz e refaz constantemente o seu saber”
[1].
Aproveito para deixar o repto a quem tiver curiosidade para que faça uma pesquisa pois existe imensa informação sobre o Paulo Freire na internet (desde o site oficial aos vídeos no Youtube).
Com a realização deste trabalho, concluo que a formação é fruto da nossa própria história de vida e da multiplicidade de contextos (sociais, culturais, políticos) que norteiam a nossa vida. Consequentemente, está ao alcance de cada um reflectir sobre o vivido, para que cada um possa ser actor de mudanças significativas e sólidas no processo da formação pessoal, profissional e identitária.
Na verdade, num momento em que as solicitações no trabalho são mais do que muitas, poder parar um pouco para reflectir parece-me, ao contrário de uma obrigação, um luxo.

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[1] FREIRE, Paulo (1974). Uma Educação para a Liberdade, Porto: Textos Marginais.

Paulo Sérgio Fonseca

Grpo: TT04/09


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